Diferença entre nutricionista e técnico em nutrição

Está pensando em seguir carreira na nutrição, mas não sabe qual é a diferença entre nutricionista e técnico em nutrição? Então, vamos conversar um pouco sobre essas duas áreas de atuação para que você descubra qual mais combina com você. Ou, então, qual contratar para o seu estabelecimento alimentício.

A área da nutrição é muito ampla

Se você parar para pensar, talvez, seja uma das mais amplas da área da saúde. Sendo técnico em nutrição ou nutricionista, você pode atuar em creches, escolas, hospitais, lactário, UAN, bancos de leite, restaurantes, supermercados, açougues, consultorias e assessorias, indústrias alimentícias, em consultório particular, etc.

Onde tem comida, tem um técnico em nutrição ou nutricionista. Da criação de um novo produto ao rótulo e estratégia de venda, o profissional da nutrição pode atuar em todos os processos que envolvem alimentação. Afinal, tem alguém mais expert nisso que o próprio?

Origem do técnico em nutrição

Foi em 1939 que surgiu o curso de Auxiliares em Alimentação ou Dietistas, na Etec Carlos de Campos. São mais de 80 anos de história!

Essa é uma profissão que está constante evolução. Em 2000, de acordo com o Conselho Federal de Nutricionistas, eram apenas 1193 técnicos registrados. Em 2009, esse número saltou para 7000.

Além do número de estudantes técnicos formados, cada vez mais surgem novas áreas de atuação para esse profissional. Em 2018, por exemplo, foi publicado uma nova resolução que valoriza a classe e propõem novas atribuições.

Origem da graduação em nutrição

O primeiro curso de nutrição do país também surgiu em 1939, no Instituto de Higiene da Universidade de São Paulo. O reconhecimento como curso de nível superior, porém, veio apenas em 1962 e a regulamentação da profissão em 1967.

Até 1968, existiam apenas seis cursos de nutrição no país. Em 2000, eram 28.983 nutricionistas formados. Em 2018, esse número foi para 137.267. Hoje, são mais de 605 cursos disponíveis pelo país, com bastante história por trás de todos estes números.

O nutricionista é uma profissão recente. São apenas 53 anos desde sua regulamentação. De 2010 para cá, houve uma valorização do profissional. A preocupação com a estética cresceu em conjunto com a busca por hábitos mais saudáveis.

Por outro lado, também observamos um crescimento das fake news sobre saúde, dietas milagrosas e discursos sem embasamento científico, disseminados pelas redes sociais. O nutricionista, então, se vê diante de um cenário onde precisa provar a importância da sua profissão e conhecimento.

Afinal, nenhum endócrino, blogueira, educador físico ou vizinho pode prescrever dieta. Essa é atividade privativa do nutricionista!

Diferença entre nutricionista e técnico em nutrição

Já abordamos a primeira diferença: a nutrição é um curso de formação superior e o técnico em nutrição é um curso de formação técnica. O primeiro pode ter de 4 a 5 anos de duração, enquanto o técnico tem de 3 a 4 semestres.

Ambos são encontrados tanto em instituições públicas como privadas e precisam de registro no conselho para atuação. E outra diferença importante é que, normalmente, no técnico, não há obrigatoriedade de um estágio supervisionado, enquanto na graduação o estágio é obrigatório.

Estudo

No técnico, você terá matérias como: técnica dietética, higiene dos alimentos, administração e segurança no serviço de alimentação, ética, terapia nutricional e gastronomia hospitalar, tecnologia dos alimentos e rotulagem nutricional, etc.

Na graduação, você terá todas essas matérias, mais outras como: fisiologia, antropologia, bioquímica, farmacologia, embriologia, histologia, anatomia, epidemiologia, saúde pública, nutrição materno infantil, fisiopatologia da nutrição, desenvolvimento de produtos, etc.

Isso significa, então, que o curso na graduação é mais amplo. O técnico é bem mais prático, enquanto na graduação você destrincha várias áreas da nutrição.

Atuação

E em relação à prática profissional, o técnico pode fazer tudo que o nutricionista faz?

Não! O técnico sempre precisa de supervisão do nutricionista, desde que, com a nova resolução, “não haja preparações, refeições e/ou dietas especiais, para indivíduos ou coletividades, qualquer que seja o processo de preparo, conservação e distribuição, e que não exista a previsão legal para a obrigatoriedade do nutricionista”.

O técnico, por exemplo, aprende a fazer POP, manual de boas práticas e rotulagem nutricional. No entanto, precisa de um nutricionista para supervisionar, revisar e assinar esses documentos.

Isso acaba engessando as possibilidades de atuação, mas, ainda assim, o técnico em nutrição é um dos profissionais mais importantes em uma cozinha industrial. Enquanto o nutricionista acaba focando em rotinas administrativas, o técnico é aquele que treina os funcionários, controla qualidade, mede temperatura, degusta, faz ficha técnica, organiza estoque, etc.

Em uma sala de coleta de leite humano, por exemplo, o técnico faz pasteurização, orienta sobre amamentação, ordenha manual, manipula leite cru, mas não faz o acompanhamento dos bebês na UTI Neonatal, não prescreve pasteurizado, etc. Tenha em mente que tudo que o técnico faz é mais prático.

O nutricionista é, então, o responsável por atividades como: elaboração cardápios individuais e para coletividade, diagnóstico do estado nutricional, prescrição de dieta e suplementos, solicitação de exames e elaboração de informativos técnicos.

Se você quiser ter uma ideia melhor sobre as atribuições de cada um recomendamos a leitura da resolução 605/2018 do CFN.

Mercado de trabalho

Quando falamos em mercado de trabalho, não há muita diferença entre nutricionista e técnico em nutrição. As vagas existem, mas, talvez, não sejam o que um recém-formado espera.

Nessa área, é preciso muita criatividade e esforço. Não basta se formar como técnico ou nutricionista. Tem que se atualizar sempre! A cada ano surgem novos estudos, legislações, congressos, livros, etc.

O piso salarial de um técnico em nutrição é de R$1675,36 em refeições coletivas, R$1647,80 em indústria, R$1370,70 em hospitais e R$1675,22 na merenda escolar.

Já o piso salarial do nutricionista é de R$2638,18 para refeições coletivas, R$2827 para indústria, R$3096,94 em hospitais e R$2863 no comércio.

O melhor para você

Antes de decidir, faça algumas perguntas a si mesmo: estou disposto a encarar uma graduação ou quero entrar logo no mercado de trabalho? Gosto mais da parte prática ou quero ter mais possibilidades de atuação? Me atraio pela área clínica ou a área de alimentação coletiva é minha favorita? Quero ser autônoma?

Leve em consideração todas essas respostas antes de tomar uma decisão. Talvez, você possa começar pelo técnico e, depois, ir para graduação. Tudo depende da sua disponibilidade atual e objetivos futuros.

Você também pode acessar nossa página de cursos e escolher alguns deles para ir se familiarizando com a nutrição.

Sabendo agora a diferença entre nutricionista e técnico em nutrição, independentemente da escolha a ser feita, sabemos que você será um ótimo profissional! Mal podemos esperar para encontrá-lo por aí na prática do dia a dia.