Conheça a atuação da nutricionista na merenda escolar
Apesar de atuar em todas as fases da vida, na infância, em especial, este profissional desempenha um papel fundamental na criação e manutenção de bons hábitos. Ele pode, sim, trabalhar do consultório, mas é a atuação da nutricionista na merenda escolar que impacta de uma forma mais assertiva na saúde e costumes dessas crianças.
Afinal, muitas entram na creche com meses. É com a organização e o bom planejamento do lactário que esses bebês têm acesso aos nutrientes que precisam, mesmo longe de suas mães. Conforme essa criança cresce, ela entra no maternal, depois na educação infantil e por aí vai. A escola é uma instituição presente na vida de todas as crianças.
Como, então, esse lugar pode influenciar de uma maneira boa? Como aquele tempo em que a criança passa dentro da escola pode ajudá-la a desenvolver empatia e coragem? Como a instituição promove saúde e incentiva os bons hábitos? É sobre isso que falaremos neste post e a, consequente, atuação da nutricionista na merenda escolar.
Conheça o PNAE, Programa Nacional de Alimentação Escolar
Com mais de 60 anos de existência, o Programa Nacional de Alimentação Escolar garante o repasse de verbas federais para que os estados e municípios forneçam a merenda escolar aos alunos da escola pública. No início o programa era chamado de Campanha da Merenda Escolar e, hoje, é considerado o programa socioeducacional com maior história no campo da segurança alimentar.
Contemplando mais de 20% da população brasileira, o PNAE visa fornecer, no mínimo, 15% das necessidades diárias de nutrientes aos alunos do ensino infantil e fundamental e 30% aos alunos de creches, escolas indígenas e em áreas de quilombos. Se antes o programa assumia um caráter puramente assistencialista, agora ele é totalmente pautado pelo direito humano à alimentação adequada.
Esses recursos disponibilizados se baseiam no número de alunos matriculados nas escolas segundo o censo escolar do ano anterior e os valores per capita estabelecidos pelo FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. O repasse tem caráter complementar, logo, os estados e municípios também devem assumir o compromisso de entregar uma alimentação saudável – sem embutidos, processados e quilos de açúcar.
Em São Paulo, o antigo prefeito Fernando Haddad sancionou o projeto de Lei 451/2013, priorizando o uso de alimentos orgânicos no sistema de ensino público. Além de incentivar a agricultura familiar e o mercado para produção, essa lei abraça a ideia de que a escola também é responsável pela saúde dos pequenos.
Alimentação como forma de aprendizagem
Mais do que uma fonte de energia e nutrientes, a alimentação também é aprendizado. O PNAE, então, é uma oportunidade de promover hábitos saudáveis como parte da construção da cidadania. O programa coloca o debate, literalmente, na mesa.
Ao terem contato com alimentos saudáveis desde cedo, as crianças crescem com bons estímulos, abertas ao novo e sem um paladar engessado. O PNAE também abriu espaço para a implantação de hortas escolas, que têm uma séries de benefícios.
Essas hortas transformam ou revitalizam áreas improdutivas em espaços de cultivo e socialização e fortalecem a relação entre escola, alunos e comunidade. É como um espaço educador sustentável, onde as crianças estreitam o contato com a natureza e vivenciam o processo de produção do alimento, do começo ao fim.
A alimentação dialoga diretamente com os valores culturais, sociais e afetivos dessas crianças. Com um único prato em mãos, uma criança é capaz de refletir sobre o desperdício, fortalecer sua autonomia de escolha e pensar sobre a importância do alimento. Mas e a atuação da nutricionista na merenda escolar, onde entra nesse processo?
Como é a atuação da nutricionista na merenda escolar
O nutricionista é o responsável técnico junto ao governo federal e sua participação no PNAE é garantida por legislação. O profissional atua de diversas formas, seja um funcionário da prefeitura ou de uma empresa que fornece um serviço terceirizado na área.
Vamos conhecer algumas dessas atividades:
- Análise: qual é o nível sócio-econômico dessas crianças? Eles têm deficiências nutricionais? Como elas encaram a comida? Tem alguma peculiaridade em seus hábitos alimentares? Qual é a influência da religião e comidas típicas da região? O nutricionista é o responsável por fazer essa análise minuciosa.
- Planejamento de cardápio: com todos esses dados em mãos, é possível criar o cardápio que será servido às crianças, o adequando à faixa etária e ao perfil epidemiológico da população atendida.
- Programação: o nutricionista também calcula a quantidade de produtos a serem adquiridos e seleciona um fornecedor confiável.
- Supervisão: garante que a merenda seja preparada da forma correta, seguindo os padrões de qualidade e higiênico sanitários.
- Coordenação: assim como em qualquer UAN, o nutricionista se encarrega de controlar os processos de produção, do recebimento à distribuição.
- Treinamento e conscientização: o profissional educa a equipe sobre as boas práticas, além da constante atualização sobre o tema e o reforço da responsabilidade das merendeiras.
- Determinações legais: o nutricionista analisa o valor nutritivo do cardápio, garantindo que ele siga às exigências por legislação da oferta de nutrientes.
- Assistência: faz parte da atuação identificar as crianças enfermas e com deficiências associadas à nutrição para prestar um atendimento nutricional adequado.
- Avaliação: o nutricionista pode, no dia a dia, ver como aquele cardápio está impactando na vida das crianças. O estado nutricional dos alunos mudou? Como está o nível de aprendizagem, o grau de retenção e evasão? Esse trabalho é feito em conjunto com toda a escola e, inclusive, os pais.
- Educação alimentar e nutricional: o nutricionista é o profissional responsável por estabelecer a alimentação como uma extensão da proposta pedagógica. Ele pode promover debates e rodas de conversas com os pais, se mostrar disponível para eventuais dúvidas e propor atividades com as crianças.
Mas a atuação da nutricionista na merenda escolar não se restringe apenas às escolas públicas. A resolução 308 do CFN diz que: “compete ao Nutricionista, no exercício de suas atribuições na Alimentação Escolar, planejar, organizar, dirigir, supervisionar e avaliar os serviços de alimentação e nutrição. Realizar assistência e educação nutricional a coletividade ou indivíduos sadios ou enfermos em instituições públicas e privadas”.
Sabendo da atuação da nutricionista na merenda escolar, que tal, agora, conhecer 5 atividades sobre alimentação saudável pensadas para educação infantil?
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