Entenda o processamento de alimentos

Você conhece as orientações do Guia Alimentar sobre alimentos processados e ultraprocessados? Sabe quais são as diferenças entre os dois? Ou, então, em qual categoria seu produto se encaixa? Abaixo, vamos te explicar melhor como funciona o processamento de alimentos e porque ele é essencial para o seu negócio.

Evolução do processamento de alimentos

Há milhares de anos as pessoas usam técnicas para conservar os alimentos. A primeira geladeira, por exemplo, surgiu apenas em 1854. Antes disso, porém, as pessoas também precisavam preparar e armazenar seus alimentos.

Se voltarmos ainda mais no tempo, podemos ver que em 2400 a.C têm-se evidências da elaboração de conservas de com vinagre e sal e, em 1500 a.C, do uso de defumação. No período da pré-histórico, nossos ancestrais utilizavam o sol para secagem da carne.

Mas é com a Segunda Guerra Mundial que surge a necessidade da produção em escala de alimentos seguros e duráveis. Surgem daí novas técnicas de conservação, como a desidratação e congelamento. Em seguida, temos em 1930, o marco do desenvolvimento industrial no Brasil e, com ele, diversas novidades no ramo alimentício.

Em resumo, ao longo dos séculos, a sociedade usou seu conhecimento empírico e criatividade para descobrir meios de conservar seus alimentos. Com o avanço da ciência, essas técnicas milenares foram incorporadas aos princípios científicos, formando, assim, a base da tecnologia dos alimentos. 

Hoje, o que sabemos sobre processamento nos remete ao passado. Desde a fabricação de ingredientes até as embalagens para acondicionamento de alimentos estão associadas à nossa evolução ao longo do tempo.

Métodos de processamento de alimentos

Existem vários. A secagem, por exemplo, apesar de ter começado no período pré-histórico, é usada até hoje. A diferença é que agora, ao invés do sol, o processo acontece de forma mais segura com ajuda de máquinas. Entre os alimentos que geralmente são submetidos à secagem natural estão as frutas, carnes, hortaliças e leite.

Também temos a fermentação, um processo usado há séculos para produção de vinho, cerveja e queijo. Além disso, podemos citar a refrigeração e congelamento, adição de substâncias químicas, aquecimento, liofilização, enlatamento, cura, etc.

Objetivo do processamento de alimentos

Em primeiro lugar, temos que lembrar da definição de processamento de alimentos. Em outras palavras, são alterações em nível físico, biológico e químico do alimento in natura. Dessa forma, conseguimos manter a qualidade do alimento por mais tempo.

Quando olhamos para história, notamos que o principal objetivo do processamento é aumentar a validade dos produtos. Afinal, o alimento in natura é muito perecível.

No entanto, o processamento dos alimentos também nos permite consumir os alimentos de outras formas, explorando suas características. Conseguimos, por exemplo, fazer receitas diferentes usando o leite em pó ao invés do leite pasteurizado.

Graus de processamento dos alimentos

De acordo com o Guia Alimentar Para População Brasileira, os alimentos são categorizados em três principais grupos: In natura e minimamente processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados.

Alimento in natura

É aquele que veio direto da natureza, sem passar por nenhum tipo de processamento. São, principalmente, as frutas, verduras e legumes, retirados da terra e entregues ao consumidor. Se você vai à feira, saiba que ali a maioria dos produtos são alimentos in natura.

Minimamente processado

Passaram por um processamento industrial pequeno, sem receber nenhum outro ingrediente durante o processo. São os alimentos que passam pelo descascamento, secagem, fermentação, pasteurização, congelamento, etc. Eles sofrem pouca ou nenhuma alteração após deixarem a natureza. Podemos citar como exemplo as carnes, leites frescos, feijão, arroz, ovo, farinho de trigo, legumes e frutas embaladas ou congeladas, cafés, chás, etc.

Alimento processado

São derivados dos alimentos in natura ou minimamente processados, porém com adição de sal, açúcar, gorduras e outros tipos de substâncias comuns na culinária. Correspondem aos legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães.

Alimento ultraprocessado

A quarta categoria do Guia Alimentar “corresponde a produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial”.  Alguns exemplos são biscoitos recheados, refrigerantes, guloseimas, macarrão instantâneo, salgadinho de pacote, etc. Os alimentos ultraprocessados costumam ter uma lista de ingredientes maior, com adição de conservantes, corantes, realçadores de sabor e aromatizantes.

Resumindo…

Vamos pensar no milho. Aquele direto na espiga que você compra na feira é um alimento in natura. O que está embalado no mercado é um minimamente processado. O milho enlatado é processado, enquanto o salgadinho de milho é ultraprocessado. Viu só como o mesmo alimento pode passar por todos os graus de processamento?

Orientações do Guia Alimentar

A ideia é simples: basear nossa alimentação em produtos in natura e minimamente processados. Ao mesmo tempo, devemos evitar os processados e ultraprocessados, principalmente pela sua composição nutricional desbalanceada.

Isso significa que os ultraprocessados são vilões? Não! Nenhum alimento é vilão. No entanto, o consumidor deve conhecer os graus de processamento para tomar decisões mais conscientes. Esses alimentos devem ser a exceção, não a regra,

Como o processamento de alimentos impacta no seu negócio

Entender sobre o processamento dos alimentos é essencial para quem trabalha com alimentação. Em primeiro lugar, para conseguir aproveitar ao máximo seu produto.

Algumas técnicas de processamento, por exemplo, são melhores que outras para determinados alimentos. Ou seja, elas aumentam a validade sem tantas perdas nutricionais. Além disso, conhecer a tecnologia dos alimentos te permite criar novos produtos, além de explorar sabores e texturas.

Ao conhecer sobre o processamento, você também consegue se comunicar melhor com seu cliente. É possível criar estratégias de comunicação que favoreçam os pontos fortes do seu produto.

Fora que o processamento está ligado à segurança dos alimentos. Cada etapa deve ser monitorada, prezando pelas boas práticas e o controle higiênico-sanitário. Assim, o objetivo do processamento é alcançado sem prejudicar a saúde do consumidor.

Você conhecia essas diferenças? Sabe como usar o processamento de alimentos ao seu favor? Se quiser entender mais sobre o assunto, entre em contato com a Nutri Mix!