Conheça a história da segurança dos alimentos

A essa altura, você deve estar cansado de ouvir sobre a segurança dos alimentos. Legislação para cá, ANVISA para lá, manual de boas práticas acolá. Tudo sempre visando essa tal de segurança que, apesar de atormentar empresários com burocracias, tem uma história para lá de interessante. Que tal conhecê-la?

Sabendo como a segurança dos alimentos surgiu, talvez, você a encare com outros olhos e entenda, de uma vez por todas, que é pelo seu bem. Pelo bem dos clientes, pelo bem da sua reputação, pelo bem da sua cozinha.

Se tanto falamos de segurança pública ou segurança do trabalho, por que ignorar o setor que também apresenta riscos à vida? Alimentação é coisa séria e, sem os cuidados necessários, os alimentos deixam de ser fontes de nutrientes e tornam-se fontes de contaminação, bactérias e doenças.

 

O público se importa com a segurança dos alimentos

A TÜV SÜD realizou uma pesquisa com 5000 consumidores dos Estados Unidos, Reino Unido, China, Índia e Japão. Em 2007, 48% das pessoas  acreditava que a segurança dos alimentos era importante. Em 2015, essa porcentagem foi para 67%.

Os produtos que consumidores mais se preocupam respectivamente são carne e peixe cru, leite, ovos e derivados e frutas e vegetais. Para o grupo participante, a empresa obter certificados de segurança dos alimentos e ter sistemas de gestão certificados também são pontos cruciais. Além disso, 88% disseram que estão mais propensos a comprar produtos com rótulos que indicam atendimento às normas de segurança.

E se para o seu cliente a segurança dos alimentos é tão importante, o que você está esperando para conhecê-la melhor?

Conheça a história da segurança dos alimentos

 

A história da segurança dos alimentos

Mais antiga que a segurança dos alimentos, é a segurança alimentar. A pergunta a ser respondida era: como a garantir a disponibilidade e, de certa forma, manter os preços dos alimentos básicos estáveis em nível nacional e internacional?

O conceito começou a ser especulado após o final da Primeira Guerra Mundial. A experiência traumática mostrou, claramente, que um país poderia dominar o outro se tomasse controle do seu fornecimento de alimentos. A alimentação passou a ser uma poderosa arma e uma questão de segurança nacional para os países.

Mas foi no período da Segunda Guerra Mundial, após criação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, que se criou um indicador de segurança alimentar. Desde 1950, com o trabalho de Josué de Castro na FAO, a discussão não parou mais.

 

Em relação à segurança dos alimentos, temos alguns períodos importantes:

1984: surge uma das primeiras técnicas de segurança alimentar, a pasteurização criada por Louis Pasteur. O processo usa calor para destruir os microrganismos patogênicos no leite e nos sucos, os tornando mais seguros.

1986: 1º Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição.

1906: Upton Sinclair publica um romance que retrata as violações à saúde e as práticas anti-sanitárias da indústria americana de frigoríficos. A partir daí, surge uma onda protestos e reformas governamentais. Com a Lei de Alimentos e Medicamentos Puros e a Lei Federal de Controle de Carnes houve uma queda significativa das mortes por DTAs.

1938: o congresso americana aprova a Lei Federal de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos concedendo à Food and Drugs Administration  autoridade para emitir normas de segurança alimentar junto com outras agências.

1957: é aprovada a Lei de Inspeção de Produtos Avícolas e a Lei de Abate de Métodos Humanitários nos EUA, estabelecendo padrões mais rigorosos.

1993: criação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEA.

1997: graças a um surto de E. Coli surge uma abordagem baseada na ciência chamada de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle para reduzir as DTAs.

1998: criação do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

1999: aprovação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição, que integra os esforços para  respeitar, proteger, promover e prover os direitos humanos à saúde e à alimentação.

1999: criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para promover a proteção da saúde da população.

2003: criação do programa FOME ZERO.

2006: estabelecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

2010: o direito humano à alimentação é incluído na constituição.

2010: implementação da Política Nacional de Segurança Alimentar e. Nutricional.

Todos essas datas culminaram na segurança dos alimentos como a conhecemos hoje. Se você quiser se aprofundar mais no assunto, recomendamos outro post sobre as diferenças entre segurança dos alimentos e segurança alimentar e suas respectivas importâncias. Te esperamos lá, sim?