4 passos para lançar novos produtos na indústria de alimentos

Uma ideia brilhante não é nada sem um bom marketing. Nenhum produto se torna inesquecível somente ao estar na prateleira do supermercado. É preciso mais do que isso. É preciso ter uma estratégia na hora de lançar novos produtos na indústria de alimentos.

Nosso objetivo aqui não é explicar o bêabá do marketing, mas, sim, mostrar passos que podem te auxiliar na hora de ter sucesso com o lançamento. Vamos pensar em um cereal para crianças. Você e sua equipe dedicaram horas de estudo ao produto, escolheram os ingredientes com muito cuidado, fizeram testes e bolaram um visual incrível. E agora?

Como fazer com que as pessoas reconheçam todo esse trabalho? Como fazer com que os pais escolham o seu cereal na hora das compras? Como agradar as crianças? Como transformar o cereal naquele produto que não sai do armário das famílias?

Com o marketing nutricional. Se você quer vender, tem que saber se vender primeiro. E se você é um produto alimentício, ter a ajuda de um nutricionista faz toda diferença.

Mas eu pensei que nutricionista só fazia planejamento alimentar. Pois muitos pensam errado. O nutricionista tem o conhecimento necessário e está envolvido em mais atividades do que as pessoas sequer imaginam. O marketing, por exemplo, é uma delas. Existem profissionais especializados nessa área, ajudando a indústria de alimentos a fazer uma divulgação ética e, de fato, efetiva.

Ainda está confuso sobre a atuação do nutricionista? Desde o começo, o nutricionista está envolvido na elaboração da receita e nos testes de aceitabilidade. Ele conhece os nutrientes, as matérias-primas e as técnicas dietéticas.

Depois de pronto, o nutricionista é o responsável pela rotulagem e também pela divulgação coerente do produto. Ele completa a equipe de marketing com uma visão mais científica. O nutricionista não quer só vender, ele quer impactar positivamente na saúde da população e é isso que dá destaque a muitas empresas no mercado. Esse entendimento a respeito do impacto que um alimento tem na vida de uma pessoa e sua família.

Para ficar ainda mais claro, veja só alguns passos que o nutricionista está envolvido na hora de lançar novos produtos na indústria de alimentos:

1. Responsabilidade social

Se você coloca um cereal para crianças na prateleira de um supermercado, está assumindo a responsabilidade de que aquele produto não vai causar nenhum mal à saúde dos pequenos. Agora, se você coloca corantes que podem causar alergias, produtos potencialmente cancerígenos e excesso de sódio, você assume a postura de que não se preocupa com o bem estar dessas crianças, apenas com a venda.

O nutricionista entra nessa jogada para equilibrar as coisas. Tem que ter sabor, mas também tem que ter um aporte de nutrientes adequado. Pode ter açúcar, mas qual é o limite? Como fazer com que aquele cereal seja gostoso e, ao mesmo tempo, nutritivo?

Mais do que isso: como garantir sua segurança higiênico-sanitária durante a produção? Mesmo em em larga escala, as boas práticas são aplicadas para que estes produtos cheguem ao mercado seguros microbiologicamente. E quem domina as boas práticas? Justamente o nutricionista.

Esse profissional fez um juramento e prometeu exercer a profissão, valendo-se da ciência da nutrição, em benefício da saúde. Esse é o seu papel na hora de lançar novos produtos na indústria de alimentos: garantir que aquele cereal, ou seja lá o que for o produto, tenha mais benefícios do que malefícios. Que seja saudável, não a fonte do problema.

Isso não é tarefa fácil em dias de supervalorização do alimento industrializado, mas, ainda assim, há brechas para provocar mudanças. E a presença do nutricionista é essencial para as empresas que querem se destacar positivamente nesse sentido, assumindo uma responsabilidade com a promoção de hábitos saudáveis.

2. Conhecendo o seu público alvo

Como é a realidade nutricional do seu público alvo? Se você quer atingir crianças, precisa saber que, hoje, a obesidade é um problema, não a desnutrição. Se são idosos, não adianta fazer um produto cheio de açúcar adicionado ou sódio, já que essa população sofre com problemas como diabetes e hipertensão.

Onde é o clima da cidade que moram? Calor? Frio? Quais são as suas preocupações? Sua condição financeira? Seus principais problemas de saúde? Todos esses são pontos que você precisa levar em consideração e o nutricionista te ajuda a descobrir, além de traçar um plano para resolver os problemas desse público.

3. Educando o público

Sabendo dos problemas do seu público, você pode educá-lo para encontrar soluções, sendo que o seu produto será uma delas. Então, por exemplo, se o objetivo é vender o tal cereal saudável para crianças você precisa mostrar para os pais, de forma sutil, quais riscos eles correm ao comprar os outros da concorrência.

E como fazer isso? Com ações educativas em saúde. Pode ser por meio das redes sociais, workshops, aulas de culinária, palestras, vivências, etc. Um exemplo é falar sobre os malefícios do excesso de açúcar e seu papel no crescimento da obesidade infantil. Depois, mostrar como o seu cereal não tem adição de açúcar.

Ou, então, a importância das fibras para crianças e, em seguida, vender seu produto como uma fonte de fibras – desde que ele seja realmente, comprovado cientificamente, o que nos leva ao próximo tópico…

4. Elaborando campanhas éticas

Com um nutricionista na equipe, a ética vai nortear sua equipe. Nada de dizer que o alimento industrializado X substitui uma refeição ou que é “natural”, sendo que não é. Ou, então, fazer alegações como “livre de colesterol”, sendo um produto vegetal. Com um nutricionista na equipe, você joga limpo. Não há desserviço à população.

Tudo é pensado desde o início para que no final você não precise recorrer às jogadas sujas de marketing. Venda o seu produto pelo que ele é, pelo que ele entrega. Assim, você ganha a confiança do seu público alvo e dorme com a consciência limpa.