São Paulo proíbe descartáveis, entenda o que muda
Vitória para as tartarugas! O prefeito Bruno Covas, em janeiro de 2020, sancionou a lei que tira da jogada os pratos, copos e talheres de plástico. São Paulo proíbe os descartáveis em decisão importante para sustentabilidade e nós te contamos tudo sobre a mudança.
A essa altura do campeonato, a maioria das pessoas se acostumou a beber suco de laranja direto no copo ou já compraram seus canudinhos de metal. Apesar da resistência no início, a proibição do canudinho de plástico internalizou um outro comportamento na população. Mudou a cultura. Você não pede mais, porque sabe que é proibido.
Plástico: o desafio ambiental do século
Mas nem só de canudinho se faz o plástico do aterro sanitário. Esse material está na maioria dos itens que usamos no dia a dia. Sério, em praticamente tudo.
Na escola, por exemplo, o plástico faz parte de canetas, carteiras e até do quadro negro. No hospital, são as seringas, embalagens de remédio, luvas, etc. Na hora de brincar, é a bola e as cartas de baralho. Na hora de estudar, é o fone de ouvido e os óculos. Plástico reina!
Mas, ao mesmo tempo em que esse material facilitou nossa vida em vários aspectos, ele é um dos maiores desafios ambientais do século. Do antigo e do novo, que acabamos de entrar. O plástico tradicional leva cerca de 200 anos para desaparecer do planeta terra.
A natureza ainda não sabe se livrar do plástico
Se o material demora 200 anos para se degradar, isso significa que nem seus filhos e, talvez, nem seus netos vejam o plástico daquele copinho da sua festa de 20 anos desaparecer. Diferente do papel, que demora de 3 a 6 meses para se decompor, a natureza ainda não teve tempo de desenvolver as enzimas necessárias para atuar no plástico.
O material é, relativamente, novo para natureza. Nós o criamos, colocamos em tudo que conhecemos e, de repente, jogamos para natureza. Ela, confusa, ainda não sabe muito bem como lidar com ele. Ela até tenta, mas nós não paramos de jogar mais e mais plástico.
O grande problema é que até a natureza se adaptar não é uma questão de meses. São milhares de anos. E nós não podemos queimar, porque o material produz gases tóxicos. A reciclagem também é bem complicada… Então, o que fazer com tanto plástico?
A melhor solução atualmente são os biodegradáveis
Como o PHB, polihidroxibutirato. É um material duro e quebradiço, da família dos poliésteres. Ao invés de 200 anos, o PHB vira pó em meses na natureza.
Um material é só considerado biodegradável quando se decompõem em semanas ou meses. Mas, pelo alto custo, eles ainda representam somente 1% do plástico vendido no mundo. Quem sabe, agora, com a lei em São Paulo que proíbe os descartáveis, esses números aumentem.
O que muda com a nova lei
Hotéis, restaurantes, bares, padarias, clubes noturnos, salões de festa e clubes esportivos estão proibidos de distribuir descartáveis de plástico. Nada de copo, faca, garfo, colher, mexedores de bebidas e varas para balões que não sejam de material biodegradável, reutilizável ou compostável. A ideia é diminuir cada vez mais o consumo de plástico.
Os lugares terão até janeiro de 2021 para se adaptar e, quem descumprir a lei, após este prazo, será multado em valores que vão de R$1 ml a R$8 mil. Em caso de reincidência, o descumprimento é motivo para fechar o estabelecimento.
Entenda quais serão as penas:
- 1º autuação, advertência e intimação para cessar a irregularidade;
- 2º autuação, multa de R$ 1 mil com nova intimação para cessar a irregularidade;
- 3º autuação, multa de R$ 2 mil, com mais uma intimação para cessar a irregularidade;
- 4º e 5º autuações, multa de R$ 4 mil e a mesma intimação;
- 6º autuação, multa de R$ 8 mil e fechamento administrativo;
- se desrespeitado o fechamento administrativo, será requerida a instauração de inquérito policial, com base no artigo 330 do código Penal, e realizado novo fechamento ou embargo de obra, com auxílio policial, se necessário, e, a critério da fiscalização, poderão ser utilizados meios físicos que criem obstáculos ao acesso, tais como emparedamento, defensas de concreto e tubos de concreto.
É melhor cumprir a lei, não? Essa, talvez, seja a oportunidade que você precisava para repensar alguns processos e adotar atitudes mais sustentáveis dentro da cozinha. Tenha em mente que, além de ajudar o planeta, esse é um baita diferencial.
São Paulo proíbe os descartáveis, e agora, o que eu faço?
Temos um ano para fazer as mudanças, mas, quanto mais planejamento, mais tranquila será essa transição. Comece, antes de mais nada, avisando seus clientes. Deixe um recado perto da entrada, comentando sobre a lei e como ela vai impactar no estabelecimento.
Uma boa dica é fazer com os clientes participem dessa mudança. Então, quem trouxer seu copo reutilizável na semana do dia X ao dia Y ganha uma sobremesa por conta da casa. Se, no local, a própria pessoa pega sua bebida, deixe um quadrinho ao lado falando quanto de plástico ela economizaria trazendo seu próprio copo.
Ao invés de servir o bolo no pratinho de plástico, por que não na folha de bananeira? Fica um charme e torna a experiência do cliente ainda mais interessante.
Você também pode criar um espaço sustentável no seu estabelecimento e vender talheres de bambu, canudinhos de aço inox, ecobags, etc. Faça da mudança uma oportunidade de negócio, não uma barreira. Dá para fazer, inclusive, parcerias com produtores locais e incentivar uma economia circular.
No caso dos talheres, a melhor escolha seria substituir os descartáveis pelos de metal. Colocando na ponta do lápis, você até percebe uma economia, já que os não descartáveis têm uma vida útil maior.
Saia fora da caixinha. Pesquise, faça orçamentos e converse com sua equipe. Hoje, talvez, pareça algo incômodo, mas, em longo prazo, os impactos positivos no meio ambiente serão enormes. E você quer ser parte da mudança ou do problema?
Se precisar de uma ajudinha para reformular seus processos e encontrar as melhores alternativas, conte com a Nutri Mix. Vamos juntos construir um futuro melhor!
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